Inspiração modernista às margens do Rio Passaúna

Neste projeto, um casal de clientes nos convidou para dar forma ao sonho de um casal: construir uma casa na qual eles e os dois filhos morariam por muitos anos. Para isso, escolheram um terreno de 1.000 m² de área privativa em um condomínio fechado na região metropolitana de Curitiba, nas proximidades do Rio Passaúna e em meio à vegetação de uma área de preservação ambiental.

Desde o início, o processo foi muito produtivo porque o casal participou ativamente das gerações de ideias e pesquisas de referências, o que garantiu muitas trocas de informações e propostas bem assertivas. Admiradores do estilo, eles nos pediram que a residência fosse inspirada nos conceitos da arquitetura modernista brasileira, sugestão que abraçamos com muito carinho.

Soluções criativas do piso ao teto

O terreno em declive, que num primeiro momento poderia parecer um obstáculo, acabou tornando-se um aliado do projeto: utilizamos essa inclinação a nosso favor, intervindo o mínimo possível na topografia natural do local e acomodando os dois pavimentos da residência nessa descida.

A fachada já revela as primeiras referências modernistas, com utilização de concreto bruto aparente na caixa d’água, bem como na lateral da construção. Também utilizamos cobogó na área da entrada e painéis de madeira, ressaltando a influência desse estilo.

Na chegada, o pavimento superior recepciona os moradores pela garagem ou então pela porta de entrada social. Nesse mesmo piso, estão as três suítes, cada uma com espaçosas sacadas e vista para o lado oeste, recebendo os raios solares da tarde e preparando esses ambientes para a noite. Para facilitar o dia a dia, no mesmo andar foi instalada a área de serviço, localizada anexa à garagem.

Iluminação natural, ambientes integrados, vista exuberante

Ao entrar na casa, os moradores ou visitantes se surpreendem com um ambiente amplo e banhado por uma iluminação zenital. Nesse vão que conecta os dois andares, a luz solar entra por uma abertura central no teto e se espalha até o pavimento inferior. Em uma cidade como Curitiba – úmida, de temperaturas mais baixas e com menor índice de luminosidade – isso traz enormes benefícios para a qualidade de vida.

Uma escada bem em frente à entrada conduz até a área de convívio, o local mais utilizado pela família. Aqui, seguindo ainda referências do modernismo, projetamos um grande espaço, sem paredes, que integra diferentes cômodos, como cozinha, copa, sala de jantar e sala de estar equipada com home theater. Para tornar a atmosfera ainda mais acolhedora, utilizamos grandes vidraças, do chão ao teto, que dividem os ambientes interno e externo, mas garantem constante contato visual com a vegetação exuberante do condomínio.

Beleza e função

As paredes laterais da casa, levantadas em concreto, satisfazem o olhar e se encarregam de criar conforto e elevar o bem estar, pois fazem a regulação da inércia térmica, evitando mudanças bruscas de temperatura no interior da residência.

Outra proposta que salta aos olhos é o uso do petit-pavé de uma forma original. Essas tradicionais pedras são uma das marcas registradas nas calçadas da paisagem urbana de Curitiba. Aqui, elas ganharam as paredes da casa, em um trabalho meticuloso de instalação pedra a pedra, que começa na parede externa e avança para o interior. De quebra, proporciona texturas interessantes e únicas. É como se a família, que é apaixonada pela capital paranaense, trouxesse um pouco dela para dentro do lar, gerando uma ligação ainda mais forte com a cidade.